RASTREABILIDADE DE PRODUTOS: O QUE É E COMO FAZÊ-LA?
Você sabe o que é rastreabilidade de produtos e a importância dela no controle logístico? Tenho certeza que você já...
Você sabe o que é rastreabilidade de produtos e a importância dela no controle logístico?
Tenho certeza que você já ouviu falar de grandes empresas automobilísticas que realizam recall, certo? Como elas conseguem se certificar onde um produto, que possivelmente apresente algum defeito, está localizado?
Parece uma missão impossível, principalmente em empresas com alto volume de vendas, transações e processos, certo?
Não exatamente. Com a rastreabilidade de produtos você consegue determinar o que foi vendido, quando e para quem.
Hoje, a globalização possibilitou que um produto comercializado nos EUA tenha matéria-prima brasileira, seja fabricado na China e adquirido por um consumidor americano. O que é ótimo, afinal, aumentamos a variedade dos produtos. Mas, torna o processo de gerenciamento, inspeção e detecção de problemas um tanto mais complexo, não é mesmo?
Se há um problema de saúde pública com algum insumo utilizado em produtos industrializados é fundamental conseguirmos determinar as especificações de cada fase do processo. Inclusive quando ele faz parte de negociações B2B, antes de chegar ao cliente final.
Vamos compreender melhor o que significa rastreabilidade de produtos e como ela é feita?
Rastreabilidade de Produtos
Estamos em um cenário mundial onde transparência, qualidade e eficiência são palavras de ordem e determinam se um contrato e negociação entre fornecedor e empresa vai vigorar. E, claro, se um cliente vai se tornar fiel.
Isso quer dizer que processos de monitoramento de cargas, automação de processos e gerenciamento são indispensáveis. Além de aumentarem o profissionalismo, garantem um nível de qualidade estável e corroboram para a confiabilidade dos envolvidos.
A rastreabilidade de produtos já está presente nas empresas mais consolidadas há algum tempo. O objetivo principal desta atividade é desenvolver uma linha histórica a respeito de todos os processos pelos quais aquele determinado produto passou.
Isso inclui transformações físicas, etapas agregadoras e cadeia de insumos.
Resumidamente, a rastreabilidade de produtos é, segundo a Cartilha Prática Sobre Rastreabilidade, do governo do estado de São Paulo:
“Rastreabilidade é o conjunto de procedimentos que permite detectar a origem e acompanhar a movimentação de um produto ao longo de uma determinada cadeia produtiva por intermédio de registros informativos.”
Quais itens precisam ser rastreados?
Bom, você já deve ter notado que a rastreabilidade de produtos faz parte de estratégias que potencializem a transparência, padronização e gerenciamento dos níveis de qualidade. Isso naturalmente nos leva a imaginar que todos os produtos deveriam ter algum tipo de rastreabilidade, certo?
Mas não é o que ocorre de fato, grande parte das empresas prefere fazer a rastreabilidade de produtos de alto valor agregado. E deixam de fazê-la em produtos com pouco valor agregado, como roupas em atacado, por exemplo.
Se você possui a tecnologia necessária e o conhecimento para a rastreabilidade de produtos é interessante padronizar essa estratégia. Mas, se você começou esse planejamento agora, pode ir aos poucos, começando pelos produtos de maior valor agregado.
Importância da rastreabilidade
1 – Identificação eficiente de falhas
É comum ocorrerem falhas durante o processo logístico, mais comum, inclusive, do que gostaríamos. Mas, o fato é que quanto mais complexo e robusto o processo produtivo maiores são as chances de ocorrem falhas, paralisações e defeitos.
E localizar onde de fato ocorreram é uma missão praticamente impossível sem sistemas de automação e rastreabilidade. Quanto maior o número de etapas, maior a complexidade para agir rapidamente, identificar falhas e corrigi-las antes que elas tenham impactos em larga escala.
Com a rastreabilidade de produtos podemos saber exatamente em qual etapa o produto está, por quais passou e quando ocorreu o erro. Isso facilita a correção, agiliza o tempo de resposta e minimiza as consequências nos demais itens e etapas do processo.
Veja também: CADEIA DE SUPRIMENTOS INTELIGENTE – COMO EVITAR FALHAS E PREJUÍZOS.
2 – Agilidade no recall
Seguindo o item anterior, algumas falhas demoram a aparecer. Principalmente aquelas que se dão devido ao uso contínuo do produto, como a embreagem de um veículo, por exemplo.
Com a rastreabilidade de produtos conseguimos determinar as falhas e agrupar os lotes que claramente apresentam aquela ineficiência. E, desta forma, informar aos clientes com maior precisão sobre quais produtos devem entrar no recall e por qual motivo.
3 – Controle de qualidade
Como já mencionei anteriormente, a rastreabilidade de produtos garante um controle maior nos níveis de qualidade ofertados aos clientes. Tanto pela padronização dos processos, correção ágil de falhas, como pela facilidade de implantar estratégias de melhoria contínua.
Afinal, você já deve ter notado que quanto mais eficiente o monitoramento na cadeia logística mais dados valiosos sobre nossas atividades podem ser capturados, certo? Desta forma, conseguimos analisar e determinar com mais facilidade onde estão os gargalos. E, claro, quais etapas apresentam possibilidade de melhoria.
Não deixe de ler: SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL: COMO OTIMIZAR OS PROCESSOS DO SEU DEPARTAMENTO DE COMPRAS.
4 – Transparência
Se você trabalha em uma cadeia de suprimentos, por exemplo, pode pensar: Bom, se a rastreabilidade de produtos garante transparência pela identificação dos processos, eu não preciso fazê-la, certo?
Errado! A rastreabilidade de insumos é fundamental para a empresa que vai adquirir seus produtos. E mais, ela pode utilizar os seus mecanismos de identificação, como número de série, ou QR code, por exemplo, para fazer a própria rastreabilidade de produtos.
Com a evolução da tecnologia, até mesmo verduras e legumes estão passando pela implantação de etapas de rastreabilidade. Hoje, uma fruta na gondola do mercado pode ser escaneada através do QR code e fornecer dados como:
- Onde ela foi produzida;
- Qual a data;
- Detalhes da comercialização;
- Categorias e processos.
Veja só:
Você percebe o quanto isso afeta na confiabilidade do consumidor? Ele pode consumir sabendo exatamente o que tem naquela determinada embalagem. E, como podemos notar no vídeo, a rastreabilidade também facilita na regulação e monitoramento dos órgãos responsáveis.
Desta forma é possível determinar qual empresa deve se responsabilizar por determinado prejuízo ao código do consumidor. Como no caso de contaminação alimentícia, citado no vídeo.
5 – Segurança
Todo método de rastreabilidade de produtos, seja por código, ou número de série, é uma forma de personalizar os itens comercializados. Isso quer dizer que eles passam a carregar uma digital. Além de garantir todos os fatores que citamos acima, também é um método de proteção para as empresas.
A rastreabilidade de produtos dificulta processos de contrabando, falsificações e desestimula o roubo de carga, por exemplo. Afinal, é muito mais fácil, para os órgãos competentes determinarem se aquela mercadoria não é legal.
E, claro, também otimiza o registro da ocorrência, que se torna mais ágil e detalhado.
Como fazer a rastreabilidade de produtos
Agora que você já sabe o que é rastreabilidade de produtos e a importância dela na cadeia produtiva e logística, vamos ver como implantar este processo?
Antes de partirmos para a prática da rastreabilidade de produtos, você precisa saber que existem diversos tipos desta estratégia. Eles podem variar conforme:
- Grau de cobertura;
- Visibilidade da informação;
- Detalhamento da informação;
- Dinâmica;
- Validação.
Quer saber um pouco mais sobre os tipos de rastreabilidade de produtos e seus principais agentes? Então, deixe nos comentários no final deste artigo que farei um conteúdo especial sobre isso.
1 – Definição
O primeiro passo da rastreabilidade de produtos é a escolha do mecanismo a ser utilizado. Existem, no mercado, ferramentas próprias para a função e outras que podem corroborar na captura, no monitoramento e armazenagem de informações ao longo do processo produtivo.
Neste passo você precisa ter estipulado quais as necessidades da sua empresa para procurar um sistema que cubra suas exigências. Baseando-se no planejamento financeiro, estratégico e logístico da empresa.
2 – Atualizações em tempo real
Bom, o segundo passo para ter um sistema de rastreabilidade de produtos eficiente é manter toda a sua base de informações atualizada. Isso inclui desde dados e contatos de fornecedores, até entregas e endereços de clientes.
Quanto mais ágil a sua equipe incluir dados no sistema maior a eficiência e assertividade do processo de rastreabilidade de produtos. Lembre-se que a ideia de automação não quer dizer que o processo será automático, a empresa toda tem que estar empenhada em alimentar essa estratégia.
3 – Identificação
Neste mecanismo, rastreabilidade e identificação são praticamente sinônimos. É impossível rastrear um produto sem um método muito bem definido de identificação, seja o código de barras, número de série, QR code, ou outro que lhe parecer mais adequado.
A questão é: todos os seus produtos precisam possuir uma identidade que possa caracterizá-lo de forma única. Ratificando que, se existem produtos com as mesmas características, eles podem ser agrupados em lote.
Mas lembre-se que, se algo de errado ocorrer, esse lote inteiro será incluído no recall, ok? Então, procure diferenciá-los tanto quanto for possível e, claro, necessário.
4 – Integração
Um sistema de rastreabilidade de produtos só funciona com um grau muito alto de integração entre as diversas etapas do processo. Começando lá no início, na compra de insumos e terminando no pós-venda ou recompra.
Há alguns anos seria inviável estabelecer uma comunicação tão integrada e atualizada. Mas, com as ferramentas que dispomos hoje isso é completamente viável. Acredite, a integração já é algo indispensável para se manter no mercado e não apenas pela rastreabilidade, mas pela urgência por processos mais eficientes.
Com a integração, a equipe da etapa seguinte do processo pode receber todas as informações, dados e características que precisa para alimentar suas funções e fornecer o necessário para a próxima etapa.
Percebe que a rastreabilidade de produtos só pode ser implantada em uma empresa cujas etapas do processo produtivo se comunicam tal qual engrenagens? Pois é, é exatamente assim que deve ser vista esta estratégia!
5 – Automação
O último (e indispensável) item é a automação. Você deve ter notado que em praticamente todos os tópicos acima falei sobre alguma ferramenta ou tecnologia. Afinal, a rastreabilidade de produtos só ocorre se for devidamente alimentada com os dados de cada etapa do processo. Isso quer dizer que ferramentas tecnológicas, de ERP, por exemplo, são indispensáveis.
Vale ressaltar que os primeiros passos da rastreabilidade surgiram com os códigos de barras, mais uma vez comprovando a necessidade do investimento em automação. A principal estratégia para que a rastreabilidade de produtos realmente funcione é possuir ferramentas de tecnologia em cada uma das etapas.
Uma empresa sem processos automatizados não consegue implantar a rastreabilidade de produtos.
Saiba mais sobre o assunto: Rastreabilidade.
Ferramenta indispensável na rastreabilidade de produtos
Falamos logo acima sobre a importância de automatizar processos, e, como você já deve imaginar, o setor de logística é um dos mais urgentes neste processo. Afinal, ele lida diretamente com etapas que afetam os insumos dos produtos oferecidos, seu carregamento, transporte e entrega ao destinatário.
Existem hoje no mercado diversas ferramentas de rastreabilidade de produtos, o CRM é uma das principais devido ao seu poder de integração. Mas, online você vai encontrar algumas especificas. Como mencionamos no passo um, essa determinação dependente das necessidades da sua empresa e capital disponível.
Para corroborar na sua estratégia de rastreabilidade de produtos também é indicado o uso de uma ferramenta que permita a rastreabilidade no processo de aquisição de materiais e serviços, provendo mais transparência e eficiência. Além de promover a colaboração eletrônica entre compradores e fornecedores, tornando-os, assim, reais parceiros de negócios.
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